No dia que eu acordei sentindo as contrações (23 de setembro), entrei em meu Face e postei a seguinte mensagem:
"Bom dia!
Acordei no meio da madrugada com contrações. A cada alívio, eu cochilava. Depois, ficaram intensas e constantes. Resolvi me levantar.
4h10! Comecei a marcar o tempo entre uma e outra: 5 minutos.
Depois caiu pra 3 minutos.
E, desde as 4h30 que está assim, a cada 3 minutos, mais uma!
Tomei banho, pintei as unhas e agora estou aqui, relatando.
Quando der umas 6h, vou ligar pra minha GO, deixá-la ciente, saber o que devo fazer (ela está em Aldeia! - Operadoras de telefonia, não falhem por lá, por favor!).
Vou me segurar nessas dores (ai, como dói! Acabou de vir outraaaa), até umas 14h, pra que meu marido, Júnior Ciríaco, possa fazer a Carreata do 15015 hoje.
Aí, assim que ele encerrar tudo: comícios, discursos, andadas pelas ruas de Ponte dos Carvalhos, ele vem me buscar e me levar para a Maternidade.
Acho que Heloísa vem hoje.
Depois eu conto mais novidades."
Desculpem por não ter vindo aqui postar também!
Bom, o caso é que eu acordei, como vocês vêm no relato postado acima e quando consegui falar com minha médica, ela disse para que eu fosse I-ME-DI-A-TA-MEN-TE para a maternidade!
E eu que queria que ela me liberasse esperar até às 14h, é sério, eu queria ver a carreata. E olhe que eu nem ia ligar para ela, eu ia para a carreata mesmo assim. Mas fiquei com medo, desisti!
Quando meu marido acordou, ele perguntou:
- E então, amor, as dores passaram?
- Menino, as dores não vão passar! A tendência é aumentar, até a chegada do parto!
- Isso é trabalho de parto? Mas a bolsa nem estourou!
- Não é necessário, meu amor!
Tensão! Ele querendo me acompanhar, mas não queria deixar de realizar a carreata (lógico que eu queria que ele jogasse tudo pro alto, não pensasse duas vezes e me levasse correndo para a maternidade!).Foi muito dinheiro investido e muitas pessoas envolvidas, eu disse a ele que fosse pra carreata (mas eu queria que ele dissesse: - Claro que eu não vou mais! Adio, deixo pra depois, agora é você e Heloísa! Mas ele aceitou a minha proposta...)
Bom, meu irmão veio me buscar em casa era quase 8h30, minha GO que estava em Aldeia entrou em contato com a equipe médica.
Cheguei lá, mais ou menos, às 9h15 e minha GO ainda não havia chegado, dei entrada e quando estavam me dando a chave do aptº, ela chegou. Me levou para o consultório para me examinar. Eu tava andando tranquilamente, me controlando nos momentos das contrações. Até minha GO olhou pra mim e disse: "tás mesmo com contrações? Tás tão tranquila!" E eu disse: "sou guerreira, doutora, eu suporto a dor!" E ela riu e disse: "eu sei..."
Bom, na sala do consultório, ela usou o aparelho para escutar Heloísa e não gostou do resultado: os batimentos estavam muito fraquinhos, 120. E quando vinha uma contração, caía para 100. Ela tirou os pontos da cerclagem, não senti nadica de nada. Nada, nada, nada mesmo! E foi hiper rápido. Quando eu pensei que ia doer, ela já tava jogando os pontos fora! Uau! Ouviu de novo Heloísa e os batimentos dela já deram uma melhorada, passando para 138. Então, ela mandou coletarem meu sangue para exames e disse que me reavaliaria com meia hora e, se fosse o caso, eu iria para a cesária, para não forçar Heloísa.
A GO fez o famoso toque. Aí, sim, como dói, caramba! Quando estamos no auge da contração e ela toca, dói demais! Eu já estava com 6 cm de dilatação e quando ela me tocou, foi pra 7 cm num instante!
Eu senti dentro de mim uma sensação estranha de pedir uma última ultra à ela, e ainda pedi, mas ela disse que não era necessário. Eu queria ter a certeza de que Heloísa não tava laçada!
Minha pressão que estava normal até então, subiu para 14x9 (mas a técnica aferiu no auge de uma contração, não tem pressão que não suba! Kkkk).
Eu ouvi comentários de que as enfermeiras estavam se admirando eu estar andando para lá e para cá, sorrindo, mesmo em pleno trabalho de parto. Vou contar o segredo: a minha felicidade em ter chegado a uma gravidez à termo, em estar ali saudável e minha bebê também aparentemente saudável, superava a dor!
Combinei com minha mãe: - A senhora entra na sala de parto e fotografa tudo, ok?
E às 10h30 fui pro Bloco Cirúrgico!
Baita ansiedade, baita nervosismo...
Os avós de bebés prematuros são avós prematuros, porque só estavam preparados para ser avós de bebés de termo, defendeu esta quinta-feira, no Dia dos Avós, a directora do Serviço de Neonatologia do Hospital de São João, no Porto, avança a agência Lusa.
Apoio à amamentação e no favorecer o contacto com a pele, apoio aos irmãos e família, apoio na transição para a casa depois da alta hospitalar ou estar presente em processos de decisão, cuidados paliativos e no luto são algumas das ajudas que os avós podem dar no contexto da prematuridade, disse Hercília Guimarães, em entrevista à Lusa.
À margem de uma cerimónia no Hospital de São João, no Porto, para homenagear os avós de prematuros, numa iniciativa do grupo de pais de bebés prematuros do Hospital de São João, no Porto, a directora do Serviço de Neonatologia daquela unidade explicou que os avós prematuros são de “uma importância fulcral” na prematuridade dos netos pelo apoio emocional, económico e prático à família.
Hercília Guimarães defendeu que os avós prematuros devem “ser respeitados” e que lhes deve ser dada a “importância que merecem” no seio da família e da sociedade.
“A ajuda dos avós é imprescindível, fundamental. Sofrem, mas não demonstram. São uma espécie de âncora emocional”, conta à Lusa Marta Vinhas, mãe de gémeos prematuros, que agradece hoje a ajuda dos seus pais através de palavras carinhosas, flores e oferta de bolos.
Marta Vinhas recorda que os avós dos seus filhos mudaram-se para sua casa quando os gémeos tiveram alta hospitalar e que eram eles, por exemplo, que a acordavam à noite para dar as mamadas aos filhos.
“Durante a noite, acordavam-me para dar de mamar e punham a arrotar os bebés para eu poder descansar”, lembra, com os olhos a lacrimejar, acrescentando que eram também os avós que faziam a sopa, as compras da casa e que tratavam da roupa da família.
Também a avó Maria Otília Pereira, de 62 anos, e ainda em convalescença de uma doença, foi buscar força e energia à prematuridade do neto, que nasceu com 28 semanas e 1,100 quilos.
“Desde que a minha filha foi internada que tenho tentado apoiar”, revela Maria Otília Pereira, admitindo que um bebé prematuro exige muito mais “atenção” e há “receios maiores”.
Dos bebés que nascem em Portugal, 9,3 por cento são prematuros, ou seja nascem entre as 24 e as 36 semanas, indicou Hercília Guimarães.
Em Portugal, há entre “800 a 1.000 bebés” a nascer com menos de 1,5 quilo, designados por “grandes prematuros” e, nas últimas décadas, a “prematuridade aumentou cerca de “30 por cento”, acrescentou aquela especialista, também professora de Pediatria na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Fonte: rcm farma, site de Portugal
Foto: Arquivo pessoal