Eu falo tanto em período pós-cerclada, que fui novamente submetida a uma cerclagem, mas nunca expliquei a fundo o que vem a ser uma, não é mesmo?
Pois bem, segundo especialistas do www.cerclagem.com.br, posto a seguir:
O que é Circlagem
Palmer
e Lacomme, em 1948, na França, e Lash e Lash, em 1950, nos Estados Unidos da
América divulgaram ao conhecimento médico condição que ficou conhecida como
insuficiência istmocervical (IIC), em que há perda gestacional recorrente na
forma de abortos tardios e/ou partos prematuros iniciados por cervicodilatação
precoce, provocada por defeito local e não pela presença de contrações
uterinas.
As
mulheres portadoras desta doença apresentam história característica, em que a
dilatação do colo uterino se dá sem sintomas até que haja a rotura das
membranas devida à exposição das mesmas ao ambiente vaginal, o que é seguido
por trabalho de parto ou de abortamento rápido, pouco doloroso e sem
sangramento expressivo. A criança nasce viva, mas sofre índices elevados de
morbimortalidade em razão da prematuridade. Para evitar este desfecho
ocasionado pela IIC, logo depois da descrição da doença, a cerclagem foi
sugerida como tratamento capaz de evitar esta perda gestacional.
A
primeira técnica foi a proposta por Shirodkar em 1953, e previa que a colocação
da sutura fosse realizada após a abertura da mucosa vaginal. Em 1957, foi
sugerida por McDonald a técnica de cerclagem por via transmucosa, mais simples
e com menos complicações. Estas duas técnicas são realizadas por via vaginal e
constituem a base de todas as variações descritas até o momento. Benson e
Durfee, em 1965, descreveram a cerclagem realizada por via abdominal para
aqueles casos em que a via vaginal fosse impossibilitada pela ausência ou
irregularidade acentuada do colo uterino.
Cerclagem
significa sutura em bolsa e foi idealizada como maneira de manter o colo
fechado, impossibilitando anatomicamente sua dilatação antes do final da
gravidez, evitando, assim, a prematuridade. Inicialmente indicada nas pacientes
com perdas gestacionais com história de IIC e nos casos de cervicodilatação com
exposição das membranas, como tentativa heróica de salvar aquela gravidez, ela
parecia garantir bons resultados.
Pela
facilidade de sua realização e pelos bons resultados obtidos nos casos de IIC,
como classicamente ela foi definida, esta cirurgia começou a ter suas
indicações cada vez mais ampliadas para outras ocasiões em que a prematuridade
era temida.
Foi
tentada em casos de placenta de inserção baixa, com a perspectiva de que a
sutura determinaria que o colo ficasse fechado e a área do orifício interno não
se alteraria, e assim garantiria menos risco de sangramento e prematuridade.
Esta indicação no entanto, foi abandonada, após relativamente poucos casos
clínicos, por ter sido observado que não impedia os episódios de hemorragia e
não melhorava o prognóstico materno-fetal.
Uma
outra indicação da cerclagem surgiu com o conceito do colo uterino curto
durante a gravidez, conceito este que já existia pela observação clínica
através do toque vaginal, mas que se ampliou com o uso da ultra-sonografia.
A
introdução e a ampliação da utilização da ultra-sonografia em Obstetrícia,
particularmente dos transdutores transvaginais, permitiu avaliar com muita
precisão as medidas e a forma do colo uterino durante a gestação e trouxe o
conhecimento de que a cérvice uterina tem diferentes comprimentos em mulheres
diversas, e que quanto menor o colo, maior é o risco de prematuridade.
Tipos de Circlagens
Vale
ressaltar que a mais utilizada nos dias de hoje é a circlagem à
McDonald (sutura simples). A maioria dos médicos sabem realizar somente
este tipo de circlagem, o que faz com que a paciente tenha que repousar
até o final da gestação.
Shirodkar: foi criada em 1953 e é realizada via vaginal e envolve uma única sutura
ao redor da cérvix no nível do orifício interno, depois de fazer uma incisão na
mucosa vaginal acima da cérvix e rebatendo a bexiga, e uma incisão semelhante
na parte debaixo da cérvix, rebatendo o reto. A sutura é então atada, e as
incisões da mucosa fechadas.
McDonald: criada em 1957, McDonald publicou sua modificação em
circlagem transvaginal, o qual envolvia uma sutura em bolsa de tabaco ao redor
da cérvix com material absorvível. A sutura é colocada o mais alto possível,
sem dissecção da bexiga ou do reto. Se necessário,uma segunda ou até mesmo uma
terceira sutura podem ser realizadas.
Como é realizada: a circlagem McDonald, tenta facilitar,
sobretudo, a retirada do fio para permitir o parto. Inicia-se de modo semelhante
a cirurgia de Shirodkar, com pinçamento dos lábios anterior e posterior, do
colo, na reflexão do colo na parede vaginal anterior, introduz-se ponto de seda
2 ou Marsilene® 3 (este fio é que estará na altura do istmo).
É considerada superior a de Shirodkar
por ser mais simples de realizar, ter índices reduzidos de infecção, de
distócia cervical de parto cesáreo. É a cirurgia mais usada nos dias de hoje.
Aquino Salles: em 1959 Aquino Salles que a IIC deveria ser
tratada com três pontos (dois laterais e um medial),em forma de “U” de fio
inabsorvível (seda 2), transfixando o colo longitudinalmente, sendo os nós
aplicados em sua porção anterior.
Espinosa Flores: outra técnica bastante usada foi criada em
1966 por Espinosa Flores. A circlagem é realizada usando ancoragem no ligamento
de Mackenrodt, no lábio posterior do colo, no ligamento de Mackenrodt
contralateral e no lábio anterior do colo, onde é fixado o nó. A sustentação é dada
por fita cardíaca 3,0cm.
Lash:
é realizada fora da gestação. Consiste na sutura com
pontos separados da musculatura ístmica, após extensa dissecção da
bexiga ao
nível da mucosa vaginal (Lash & Lash). A grande crítica que se faz a
esta
técnica se refere ao risco de infertilidade associado a sutura do istmo,
podendo levar a estenose e obliteração do canal istmocervical, e por
este motivo
não há muito uso. Ela pode ser realizada via abdominal ou via
transvaginal. A maioria dos médicos fazem via abdominal porque via
vaginal dá um pouco mais de trabalho.
Circlagem Transabdominal: Foi feita pela primeira vez em
1965 por Benson e Durfree. Nenhuma evidência é superior a circlagem via
abdominal em relação a via vaginal (McDonald e Shirodkar). A transabdominal é
indicada para as pacientes que além da IIC, houve falhas nas circlagens
transvaginais anteriores, ou nas que a circlagem via vaginal é impossível de
ser realizada, tais como (cérvix encurtada adquirida, acentuadas lacerações ou
defeito da cérvix (trauma ou circlagens prévias), fístula cérvico vaginal e/ou
cervicite subaguda.
Circlagem de emergência: Aarts e Associados (1995),
recentemente fizeram uma revisão da circlagem tardia no segundo trimestre,
comumente conhecida como “circlagem de emergência”. Esses autores concluíram
que a circlagem de emergência pode ser benéfica para algumas mulheres, mas que
a incidência de complicações, principalmente infecção, é alta.
Em todas as técnicas de circlagens a paciente deve aguardar
repouso no leito por 24 horas. Há restrição em relação a atividade física, até
o termo da gravidez. Desaconselha-se o coito ou qualquer manipulação na vagina
pelo restante da gestação (esta não é uma regra).
As pacientes devem estar cientes do risco do parto prematuro
e ser instruídas a relatar qualquer sintoma de pressão na pelve ou nas costas,
corrimento vaginal, dor pélvica ou nas costas. Esses cuidados devem ser
observados até o termo da gestação ou, pelo menos até 34 semanas de gestação.
Quando ocorrer o aborto ou parto iminente, há necessidade de
rápida retirada das suturas, pois caso elas permaneçam in situ, há riscos de graves lacerações do colo ou mesmo ruptura
uterina.
muito obg por a explicação pq ninguém fala sobre cerclagem.
ResponderExcluirOi Carlene, fiz uma cerclagem de emergência faz 9 dias, estou agora de 25 semanas, repouso mais posso ir no banheiro dar uma andadinha aqui em casa, ir nas consultas.porem o medo se sabe nos rodeia, hoje por exemplo fiz muita força no banheiro e já fiquei com a cabeça a mil, alguém sabe se isso de ter feito força ao evacuar tem riscos?
ExcluirBoa tarde
ResponderExcluirBoa tarde
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