quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O parto e o pós parto!


Às 10h40 entramos no Bloco cirúrgico. E meu marido em plena carreata, há quilômetros de distância de mim... Minha mãe entrou com uma máquina fotográfica...

Minha GO rompeu a bolsa para ver pelo líquido se Helô tava em sofrimento, mas viu que tava tudo bem, e os batimentos se estabilizaram em 138, mesmo quando vinha uma contração! Porém, minhas contrações não tavam lá essas coisas todas e eu não conseguia encontrar forças para expulsá-la. Mesmo quando vinha uma e a GO mandava.

Caramba, vocês acreditam que eu estava com muito sono? Sinceramente, era sono mesmo, e tava quase cochilando. A equipe médica riu de mim, disse que era a primeira vez que viam uma gestante em TP de PN ficar com sono... 

E minha GO disse que os comentários nos corredores do hospital era de que estavam admirados como é que eu tava andando pra cima e pra baixo com um sorriso nos lábios! Felicidade! Saber que em pouco tempo estaria com minha filhota nos braços me deixava assim! 


Mas aí, chegou o momento que eu não pensei que fosse passar: a GO achou de fazer um toque no momento da minha contração, pois Heloísa estava encaixada, mas tava muito em cima ainda, e aproveitou para dar "uma ajudinha", dilatando e descolando o meu colo com os dedos dela! Gente... que dor!!!! Que dor da bexiga!

 Eu senti o "Ploct" do descolamento. Nessa hora eu me desesperei, gritei, chorei e disse que não ia consegui. Gente, não sei o que houve, mas me bateu um nervosismo desesperador, eu me tremi e disse à GO que não ia conseguir, que não tava aguentando, que ela me anestesiasse logo, urgente. E ela tentou me acalmar, dizia:

- Carlene, olhe, calma, você vai conseguir, você está muito nervosa, calma. Eu vou aplicar a analgesia em você, mas entenda que eu não podia colocar antes porque Heloísa estava muito em cima, ia dificultar o TP, os batimentos dela estavam baixos, a gente ia ter que dar oxitocina e isso iria forçar muito e esconder os batimentos dela. Eu não podia arriscar, mas fique calma, ajude fazendo força quando vier a contração, vamos dar uma analgesia em você.
Fiquei mais calma, me colocaram na posição para dar a injeção nas minhas costas e a FDP da anestesista chegou ao meu lado e bem baixinho disse ao meu ouvido:

- Carlene, não precisa de escândalo, isso não vai ajudar o neném a sair. Você já tem um filho e já tem 30 anos, não tem pra que agir assim. 


Eu olhei pra ela e disse: 

- Mas tá doendo muito e as ações foram incontroláveis. 


Eu não sei porque eu não consegui dar um fora nela. E o que é que tem a ver idade com dor? Se fosse assim, meu avô de 90 anos não sentiria mais dor! 


Quando eu contei isso ao meu marido, mais tarde, ele de volta  da carreata e já no quarto comigo e nossa pequena, ele disse:

- Por que você não disse à ela "A $#%&... é sua? Quem tá com dor sou eu, quem mais vai gritar sou eu!"

Caramba! Que grosso! Kkkk 


Bom, ela foi me analgesiar e tentou por 8 (isso mesmo, OITO) vezes encontrar o local, só furando, só furando, só furando... Ai, ai, ai, ai, ai...


Pegou! É interessante, as pernas se mexem, você tem o controle sobre elas, mas não sente nada do umbigo pra baixo, mesmo podendo erguer e baixar o quadril por si só!
Aí eu fiquei nas nuvens... A cada contração, que eu já não sentia, mas elas diziam "Aí vem mais uma", eu fazia força. Como é estranho fazer força sem sentir nada... E isso demorou um bocado. A minha GO disse que Heloísa estava bem embaixo, encaixadíssima, mas não atingiu a rotação necessária para sair. E a auxiliar disse que minha contrações eram muito fracas e que não podiam esperar mais de mim além daquilo. Então, minha GO decidiu usar o fórceps! Vixe, isso me assustou pacas. Ela disse pra mim: 

-Não se preocupe, sou bastante experiente no uso de fórceps. É apenas para auxiliar a saída dela, pois ela não está rotacionada e as suas contrações estão muito fracas para isso.


Medinho... Já ouvi tanta história ruim do uso de fórceps. Ainda naquele mês, há uns 15 dias, um homem veio me mostrar a foto do neto dele que teve o pescoço quebrado na hora do parto por causa do uso do fórceps (isso é coisa que se mostre pra uma gestante? Ô gente sem noção!)
Bom, aí quando veio uma contração, eu fiz muita, muita, muita força, a auxiliar empurrou minha barriga pra baixo e a GO, com o Fórceps, tirou minha Helô... Ela tava laçada, por isso não tava descendo nem rotacionando.


Aí, alívio... E depois...

Chorinho. Ou melhor, chorão! E chorava e chorava que não parava mais. E eu chorava junto. E minha mãe chorava também, e fotografava... E o pedi (o mesmo pedi de Heitor que também vai ser dela) pegou ela, pôs sobre mim, depois levou para limpar as vias aéreas e pôs sobre mim de novo para que eu colocasse no peito. Mas cadê leite? O peito mole, mole... Ele disse que depois viria. Levaram ela pro berçário, mainha saiu atrás e eu fiquei na sala com a GO, que ficou me costurando e foi aí que eu soube: eu fiquei muuuuuuuuuuuuuuito lacerada. Mas muito mesmo. Tanto tanto que a minha GO ficou horrorizada e dizia a todo instante:

- Tá muito lacerada, lacerou muito. Fiz um corte tão pequeno, mas Heloísa passou rasgando o restante.


Enquanto a analgesia tava sob efeito, nada de dor, mas quando passou... Ai, meu Deus! Que dor! Queima, incomoda, chorava todas as vezes que ia ao banheiro. Por 3 vezes quase desmaio de dor.

No entanto, com tudo isso, posso garantir que, pra mim, foi pior a dor da cesária.


Nasceu!


Bem vinda ao mundo, filha!

Deus te abençoe!

Minha mãe, babando de felicidade (e eu também, é claro)!



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