sexta-feira, 30 de julho de 2010

Imagens das minhas ultrassons: observando a dilatação do colo uterino

Orifício interno do meu colo do útero, fechado, horas antes da cerclagem, com 12 semanas e 6 dias de gestação.

Medição do colo uterino: 5,8 cm, na 12ª semana de gestação, horas antes da cerclagem.

Quando descobri a dilatação do orifício interno do colo uterino, às 18 semanas e 5 dias de gestação. Tamanho do colo após a cerclagem: 3,3 cm.

Após o repouso absoluto, depois de constatado a dilatação precoce, esta diminuiu, tornando-se mais discreta. O colo passou a ter 3,5 cm de comprimento. 21 semanas e 2 dias de gestação - e mantém-se assim até hoje.






Passei por um susto!!

Embora a gestação venha ocorrendo numa boa e a cerclagem foi tranquila, além de ter sido um sucesso, eu passei por um sustão no início de junho.
Pois é, como é sabido, fiz a cirurgia em abril e... repouso. Mas esse repouso tinha algumas exceções, tais como, eu podia andar pela casa (devagar, é claro), podia sair umas duas vezes ao mês (desde que fosse pra um lugar onde eu pudesse estar sentada)...
Em 1º de junho, estava eu com 18 e 5 dias semanas de gestação, fui fazer uma ultra para saber, enfim, o sexo do meu nenem. E, para minha triste surpresa, a ultrassonografista disse que o orifício interno do meu colo do útero estava dilatado e a bolsa d'água herniando (ou seja, descendo pela abertura do orifício).
Veja a ilustração para melhor compreensão:

Quando engravida, o colo do útero forma um "tampão mucoso", na entrada do orifício interno. Tem a função de evitar que germes alcancem a bolsa na qual o bebê fica durante a gravidez. Próximo do parto, esse tampão sai do colo e é percebido como uma secreção mais espessa que pode vir acompanhada com sangue. O colo, como se vê pela imagem, possui dois orifícios: o que dá acesso à vagina e o que fica próximo ao útero. A cerclagem é feita nessas imediações, entre um e outro orifício. No meu caso, a médica disse ter feito a costura bem pra cima porque ela fez bem próximo ao orifício interno. No entanto, não poderia fechar este, para evitar que os pontos se rompessem com o aumento do volume do útero, e os pontos ficaram firmes, mas não podem ficar muito apertados para não prejudicar os vasos e ligamentos.


Fiquei muito desesperada com a notícia. Pensei: "vou perder? de novo?". A drª Andrea, a ultrassonografista, disse que os pontos estavam intactos, mas que era necessário maior repouso.
Resultado: minha obstetra disse-me que eu não poderia mais sair da cama, evitar o menor esforço possível, que eu sou muito "incompetente", meu colo realmente se dilata de repente.
Assim o fiz, deitada com travesseiros embaixo do quadril e deixando as pernas bem elevadas, passei o resto do mês de junho.
Quando, em 21 daquele mês, fiz outra ultrassonografia, a morfológica, qual não foi a minha surpresa e felicidade quando a drª Andrea disse: "Você está de parabéns pelo seu repouso, a dilatação diminuiu, está bem discreta agora, assim como a bolsa subiu mais, estando afastada do canal.
Que felicidade. Quase que eu grito de alegria.
Foi Deus, e só Ele, que operou e vem operando milagres em mim!
O canal externo está bem fechadinho com a cerclagem, e, embora há uma pequena dilatação no orifício interno, está tudo bem.
O repouso absoluto continua. Só saio da cama agora para fazer o pré-natal e exames. Ou seja, uma vez ao mês.


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Uma história que está sendo bem sucedida, graças a Deus!

Em março deste ano, 2010, me descobri novamente grávida!!! :)
Apesar do desespero inicial (medo de perder novamente, medo de passar por toda dor e sofrimento de novo, medo e medo), fiquei muito feliz com a notícia! Um bebê! Deus estava me abençoando, mais uma vez, com um anjinho. E, desta vez, eu senti dentro de mim que seria pra valer!
Primeiro passo, após confirmar com um exame de sangue e uma ultrasson, foi procurar a doutora Flávia Gusmão, em sua clínica particular.
Inacreditavelmente, e para minha felicidade, ela me reconheceu! Poxa, que memória fantástica! Foi em 2006 que eu fui atendida por ela e são tantas que ela atende...
Bom, após contar toda a minha história gestacional, ela disse: "Vamos fazer uma cerclagem, pois você, sem sombra de dúvidas, tem IIC, não era necessário passar pela segunda perda!"
Após fazer todos os exames iniciais de pré-natal, preparei-me para a minha cerclagem.
Foi um procedimento rápido, em 23 de abril, com 12 semanas de gestação.
Confesso que eu estava morrendo de medo. Fui sedada, tomei uma raque, mas não dormi, a médica me manteve acordada durante a costura. Em menos de 20 minutos eu estava de volta para o meu quarto.
Ela disse que provavelmente eu sangraria, mas isso não aconteceu.
A doutora ficou muito satisfeita com a minha cirurgia, disse que foi um sucesso, que os pontos ficaram bem firmes e bem pra cima. Bom, quanto a isso eu não compreendi muito no momento, mas depois entendi que é de acordo com o tamanho do colo do útero (postarei depois explicando mais).
Entrei no hospital (Real Hospital Português) na sexta-feira 23 de abril e saí no domingo, 25 do mesmo mês, pela manhã. Não senti dores, apenas umas colicazinhas quando o efeito da raque passou.
O repouso, no geral, é absoluto. Não subir nem descer escadas, não se abaixar, não empurrar móveis, não pegar peso, faxina nem pensar, ficar deitada e, de preferência, de pernas pro ar!
Há mulheres que, com 15 ou 30 dias, voltam a trabalhar. Isso depende muito de mulher para mulher, de médico para médico.
No meu caso, a médica me afastou de todas as atividades profissionais, visto que a minha incompetência é muita. O meu colo é mais frágil e se dilata com muito mais facilidade, muito antes do tempo. Também, porque como eu perdi dois e passei por duas curetagens, o colo fica ainda mais frágil!
Vejam um vídeo do youtube explicando como é essa cirurgia (cuidado, cenas fortes!): http://www.youtube.com/watch?v=9Lty-C3lSjc


Incompetência Istmo-Cervical - o que é isso?

Incompetência istmo-cervical - ICC é a incapacidade do colo uterino de manter uma gravidez.
Isto é decorrente por defeitos anatômicos ou funcionais. O orifício interno apresenta-se incompetente para reter o concepto. A incidência da incompetência istmo-cervical segundo a literatura é de 1 para cada 1000 gestantes. Geralmente, a mulher somente descobre que possui incompetência uterina após uma ou mais perdas sem motivo aparente.


1. Causas
As causas de Incompetência Istmo-Cervical podem ser de dois tipos: congênitas ou adquiridas. As causas congênitas são aquelas que levam a uma má-formação do canal ístmico-cervical (ex.: maior concentração de fibras elásticas que fibras musculares). As causas adquiridas, por sua vez, são aquelas que levam a uma deformidade deste canal após o nascimento [ex.: partos com utilização de fórceps, partos traumáticos, dilatação forçada do colo uterino, conização, tumoração istmo-cervical (miomas). etc.]
A IIC leva a perdas gestacionais a partir da décima oitava semana, quando o bebê ainda não está pronto para viver fora do útero materno. Geralmente, as perdas são inevitáveis, pois o colo dilata sem dor. Por vezes, a bolsa estoura sem aviso prévio.

2. Tratamento
Até hoje não existe tratamento para a temida IIC (responsável por 35% das perdas gestacionais). Existe medida de precaução. Soma-se repouso absoluto a um procedimento cirúrgico chamado cerclagem.

3. Cerlagem
Cerclagem é uma costura em volta do colo uterino com um, dois ou mais pontos, dependendo do grau da IIC. É feita com anestesia e não há necessidade de internação. Não é 100% garantida mas mesmo assim consegue aumentar as chances de uma gravidez com sucesso.

(Este artigo "Incompetência istmocervical" faz parte da Enciclopédia Wikipédia. Está licenciado,  sujeito aos termos do Creative Commons Attribution/Share-Alike License.)


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